CPS


Informações sobre a realidade social brasileira ao alcance do mouse.

1. Visão: Ser referência na realização e divulgação de pesquisas acadêmicas e não-acadêmicas sobre os temas mais prementes da realidade econômico-social brasileira, disponibilizando os seus resultados de maneira abrangente para o público em geral e seus contratantes.

2. Missão:

  • Promover a inovação no pensamento social e aprimoramentos no desenho e na aplicação de políticas públicas.
  • Desenvolver novos métodos de pesquisa e de difusão de conhecimento.
  • Oferecer assessoria especializada mediante demandas de avaliação em nossas áreas de atuação.
  • Incrementar o acesso da população em geral ao conhecimento, fortalecendo o debate público de idéias.

3. Áreas de pesquisa:

O Centro de Políticas Sociais (CPS/IBRE/FGV) busca contribuir para o desenvolvimento com equidade no Brasil mediante o estreitamento entre a pesquisa aplicada, o debate na sociedade e a implantação de políticas públicas. As pesquisas do CPS versam sobre temas diversos, apresentados no esquema abaixo:

Acesse a página das pesquisa classificadas por temas

Não raro, estes temas estão estritamente relacionados como, por exemplo, saneamento e saúde ou microcrédito e pobreza.

4. Atividades:

Em suas atividades, o CPS utiliza os principais mecanismos de pesquisa e análise para abordar, de maneira abrangente e profunda, tais temas conexos, mediante:

  • Avaliação quantitativa e quantitativa de impacto
  • Desenho e monitoramento de metas sociais
  • Desenho de sistemas de incentivos
  • Estudos de percepções sobre políticas e participação popular.

5. Objetivos e os “centros” dentro do CPS:

Os diversos objetivos almejados pelo Centro de Políticas Sociais (CPS) podem ser agregados em três grandes grupos de metas. Internamente, alocamos a cada um desses conjuntos de objetivos uma espécie de CPS-virtual, a saber:

  • O Centro de Pesquisas Sociais visa à realização e a publicação de pesquisas de base, teóricas e empíricas cujo principal público-alvo é o acadêmico.
  • O Centro de Projetos Sociais cujo objetivo é avaliar o desenho e a operação de políticas públicas implementadas na prática pelo estado e/ou pela sociedade civil. Outro objetivo é gerar a auto-sustentabilidade financeira das demais atividades do Centro através da prestação de serviços para governos, empresas e ONGS com especial ênfase na avaliação de políticas.
  • Comunicação Para Sociedade objetiva inovar na difusão das pesquisas em busca de proporcionar maiores impactos institucionais e apropriação de conhecimentos pela sociedade a partir dos conhecimentos gerados.

6. Sobre a evolução do CPS: Breve Histórico:

Desde 2000, o Centro de Políticas Sociais atua dentro da Fundação Getúlio Vargas analisando a realidade econômico-social do Brasil. Utilizando métodos quantitativos e qualitativos, o CPS estabeleceu uma tradição generalista abordando temas variados, desde casamento e religião até distribuição de renda no Brasil. No entanto, o que pontuou o trabalho do CPS, e fez-se disso sua especialidade, tem sido sua preocupação com a equidade: como medi-la, com quais critérios, como alcançá-la.

Uma de suas propostas mais relevantes refere-se à adoção de Metas Sociais, o que tem norteado o trabalho do Centro. Nesse sentido, desde o início de suas atividades, o Centro defende a idéia de metas sociais – num paralelo às metas macroeconômicas do governo federal - ou seja, colocar o desempenho social no topo das prioridades nacionais. Isso se deve ao diagnóstico de que os níveis de renda e de gastos sociais observados hoje no Brasil permitem uma melhora sustentável das condições de vida da população. Uma distribuição mais equânime dos recursos depende, por sua vez, de uma abordagem mais focada e agressiva sobre as carências sociais. O papel das metas sociais, assim, é disciplinar, justificar e motivar a ação pública.

A agenda de metas sociais teve um marco importante em 2000, quando o CPS organizou o encontro NIP - Network on Inequality of LACEA/WB/IDB - que contou com especialistas de renome internacional como James Heckman da Universidade de Chicago e François Bourguignon do Delta entre outros. Os temas discutidos foram violência, trabalho infantil e focalização de programas de combate a pobreza. Foi

durante este evento que James Heckman recebeu a notícia do seu Prêmio Nobel em Economia. Nesse encontro, o CPS apresentou o trabalho “Desafio das Politicas Sociais” que discutia a racionalidade econômica para o desenvolvimento de um sistema de metas sociais como forma de o governo federal aumentar a eficiência na utilização dos recursos sociais transferidos para os municípios – discussão esta que iria aprimorar e fortalecer.

Dois seminários de grande repercussão foram realizados em 2005 e 2009 sobre o

tema da Educação: “Qualidade da Educação” e “Educação na Primeira Infância” (2005) – do qual Heckman também participou - e “Metas de Educação” (2009). O Ministro da Educação Fernando Haddad esteve presente às discussões em ambos os seminários, discutindo as formas de melhorar o monitoramento das metas educacionais, entre outros temas. A realização de eventos dessa natureza ajuda o CPS a cumprir sua missão e atingir seus objetivos e, de certa forma, sintetiza algumas das principais características do Centro de Políticas Sociais. Os seminários congregaram diversos atores com interesse no tema (stakeholders) e incrementaram o debate de idéias. E, ao garantir a presença de gestores públicos, busca-se aumentar a efetividade da discussão n o desenho das políticas públicas.

Desde sua fundação, o CPS assumiu um compromisso e tem primado pela divulgação imparcial e, em primeira mão, de resultados de seus trabalhos baseados nas pesquisas domiciliares do IBGE – compromisso que fica acima de quaisquer interesses políticos.

A autonomia do CPS em relação à sua agenda de pesquisa só lhe tem fortalecido. De fato, sua marca de imparcialidade e credibilidade, aliada à constante preocupação com os impactos sociais de diversas políticas, tem lhe garantido a interlocução com vários atores.

Esse diálogo tem gerado também impactos institucionais para a FGV na medida em que o CPS leva seu nome a importantes fóruns de debate. O Prof. Marcelo Neri realizou palestras no Palácio do Planalto sobre a "A Recente Redução da Desigualdade no Brasil", em 2006, e apresentações no Palácio do Planalto em 2008, onde foram distribuídos 500 exemplares de pesquisas e outros 500 livros para Ministros de Estado, empresários e lideranças da sociedade civil.

O “dedo no pulso” da sociedade (“finger on the pulse”) tem sido a marca do CPS. O exemplo mais recente foi a seqüência de pesquisas sobre a nova classe média brasileira (link) que identificou o crescimento da Classe C e a mudança nos estratos sociais de renda no Brasil no período de 2004 a 2008. A pesquisa resultou em forte impacto nacional e global, aí incluindo uma matéria na revista The Economist.

Ao abordar temas como educação, pobreza e desigualdade, economia e sociedade, microfinanças e trabalho, o CPS tem a oportunidade de publicar trabalhos e divulgar resultados relevantes para a sociedade mediante: parcerias estratégicas (por exemplo, com International Poverty Center, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento); ações em rede (participando do grupo técnico do Compromisso Todos pela Educação); e prestação de consultoria para avaliação de projetos (Crediamigo, premiado programa de microcrédito do Banco do Nordeste; avaliações de cooperações internacionais para a Inter-American Foundation).

Tal estratégia, além de garantir a pluralidade de seu trabalho, também tem ajudado a manter a sustentabilidade do Centro.

Marcelo Neri foi eleito para o comitê gestor do Conselho de Desenvolvimento dos Econômico e Social (CDES) da Presidência da República, a convite do presidente Lula. O CDES tem como objetivo discutir e propor ações e planos com o governo para melhorar a qualidade de vida em áreas como pobreza, educação, empreendedorismo, entre outros.


Marcelo Neri, durante palestra na reunião do CDES. Na mesa: o presidente Lula, Guido Mantega, ministro da Fazenda e Henrique Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil

Para alcançar seu objetivo de incrementar o debate público, o CPS tem dedicado crescentes esforços para melhorar a divulgação de seu material para o grande público, seja pelo uso da internet como ferramenta acessível para disponibilizar suas pesquisas, seja mediante a divulgação pela mídia nacional e internacional. É feito um trabalho minucioso com a mídia que demanda a “digestão” de tópicos técnicos complexos para a compreensão dos jornalistas – e, assim, uma cobertura mais amigável para o grande público. De fato, algumas pesquisas, em particular, alcançaram excelentes resultados de divulgação internacional, como “Desigualdade, Estabilidade e Políticas de Renda: O Real do Lula” e “Economia das Religiões” lançadas no segundo e primeiro semestre de 2007: mais de 100 veículos internacionais, aí incluindo The Economist, Financial Times, Time Magazine, Le Figaro, El Clarin, Newsweek, entre outros de destaque.


Mantendo seu compromisso de identificar os temas prementes da sociedade e de pautar a equidade, o CPS propôs a agenda de Acesso a Mercados como porta de saída da pobreza, abrindo-se novas frentes de pesquisa, tais como: microsseguros, microcrédito e microfinanças em geral. Assim, editou o livro Microcrédito, O Mistério Nordestino e o Grameen Brasileiro em 2008 – ao qual se segue uma série de trabalhos no tema, cuja atualidade é inconteste: face não só aos próprios impactos positivos do programa Crediamigo e o potencial do mercado no Brasil, mas também face às implicações da crise financeira e o modo como ela fez repensar os parâmetros do setor financeiro.

Ao longo destes dez anos, o CPS deu um salto qualitativo, realizando pesquisas acadêmicas e de divulgação e conjuntura de relevância para a sociedade, e cujos temas, além de serem afeitos à sua linha de investigação, aproveitando a sua especialização e experiências passadas, também possibilitaram o desenvolvimento de novos produtos e formas de difusão, cujas metodologias poderão ser refinadas e utilizadas em futuros projetos.